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Foto do escritorSimony Ramos Oliveira

Moro há tanto tempo no exterior, e ainda me sinto...









O que aparentemente deixou de ser um problema, morar no exterior, ainda é um fator a ser levado em conta!

Percebo que muitas pessoas que moram no exterior há muito tempo, consideram que os problemas que hoje possuem em diferentes aspectos da sua vida não têm mais nenhuma relação em ser uma pessoa de outra cultura/nacionalidade/idioma, em função de ser naturalizada ou ter já se adaptado ao novo país,

Não posso deixar de destacar que muitas pessoas vivem uma vida tranquila fora do seu país de origem, após longo anos morando no exterior. Isto é fato e não é sobre elas que vou discorrer neste artigo.

Aqui me dedico às pessoas que apesar de morar há mais de 10, 15, 20, 30 anos em um novo país, de serem naturalizadas ou de acordo com os livros de psicologia intercultural, ter passado por um processo completo de adaptação, ainda se sentem infelizes no exterior, que podem ser descritos, por exemplo, como dificuldades em fazer amigos, não se adaptam ao mercado de trabalho, penam em relacionamentos amorosos, sentem infelizes sem motivo aparente sem caracterizar uma depressão.

Sim, há várias pessoas nesta situação ao redor do mundo! Brasileiras e brasileiros que tiveram o sonho de morar fora do Brasil, e que após tantos anos, ainda não conseguiram encontrar a paz e felicidade que tanto almejaram.


O mais difícil em ajudar este grupo de pessoas é que elas ao buscar um tratamento, preferem ignorar ou desprezar a característica de ser de outra cultura. Elas preferem encontrar causas de seus problemas e sofrimentos, desconsiderando o seu contexto sócio-cultural que produziu a pessoa que ela é hoje.

Elas preferem acreditar que a maneira que elas descrevem o problema, apontam responsáveis ou até desqualificam uma solução não tem relação alguma com sua formação cultural, ou seja, de onde elas vieram.

Claro que uma pessoa é multidimensionada, em que diferentes fatores contribuem para o desenvolvimento de um problema, mas desconsiderar a própria cultura e toda história pessoal que a levou a ser o que é hoje, é impedir que possa encontrar verdadeiras soluções.

Posso dar alguns exemplo de temas que possuem diferentes tratamentos de acordo com a cultura: o envelhecimento, dificuldade de fazer amigos, reconhecimento no mercado de trabalho, infelicidade sem sentido. O envelhecimento, por exemplo, enquanto que para muitas culturas européias, o envelhecer é algo que é natural, e que as preocupações focam na solidão e na perda da independência em função das doenças; para nós brasileiros, envolve além do que a européia aponta, também a questão de se sentir não mais belo, desejável como pessoa.

Desta forma, ter um acompanhamento com um profissional que seja da mesma nacionalidade e que também conheça os fatores que a cultura nativa e do paciente possam impactar no desenvolvimento do problema e posterior solução, permite que o tratamento seja mais efetivo.

Ser acolhida por um profissional que compreende como a cliente se sente em relação às mudanças do corpo e da fisionomia em função da velhice, sem que a mesma tenha vergonha de falar sobre isso. Ou que possa conversar sobre o que é ter amigo e as frustrações em aprofundar relações em culturas que prezam pela individualidade, são benefícios que com um profissional de psicologia nativo ou com quem não mora no exterior não é possível ser obtidos. Discuto estas questões com mais aprofundidade neste artigo

Portanto, se você que está há muitos anos morando no exterior, e esteja passando por uma situação difícil, experimente ser acompanhada por uma profissional que conheça sua realidade cultural e como é viver fora do país de origem.

Você perceberá as diferenças na forma de perguntar, te acolher e de te guiar na compreensão da sua situação, e principalmente, no caminho para a solução.

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